Perfil energético – Argentina

Fonte: Global Energy Monitor

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Matriz de combustível (combustíveis fósseis versus renováveis)

Source: KPMG

Em 2020, a Argentina continuou a obter mais de três quartos de sua oferta total de energia de combustíveis fósseis. O gás natural contribuiu com 59% (contra 54,90% em 2019), seguido pelo petróleo (27%, contra 32,81% em 2019). A energia nuclear (4%), e hidrelétrica (3%) e o carvão (1%) fizeram contribuições muito menores para o mix de energia, juntamente com os biocombustíveis, energia eólica e solar.[1][2]

Os combustíveis fósseis respondem por quase dois terços da geração de eletricidade e da capacidade instalada da Argentina, com as energias renováveis ​​(especialmente hidrelétricas) contribuindo com cerca de um terço, e uma pequena porcentagem de energia nuclear completando a diferença.[2][3]

A lei de energia renovável da Argentina (Lei 27191), aprovada em 2015, se compromete com o fornecimento de 20% da energia sendo oriunda de fontes renováveis até 2025.[4]

Metas de emissões de gases de efeito estufa

Em 2020, as emissões per capita de CO2 da Argentina geradas pela queima de combustível (3,4 toneladas/ano) estavam entre as mais altas da América Latina e do Caribe, ocupando o 48º lugar globalmente.[5] De acordo com a meta da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do país, tem-se por alvo uma redução de 26% nas emissões de GEE até 2030.

A Contribuição Nacionalmente Determinada proposta pela Argentina em dezembro de 2020 previa uma redução de 26% nas emissões de GEE até 2030[6][7]; em outubro de 2021, a Argentina apresentou uma NDC revisada que aumentou sua proposta de redução para 27,7%.[8] A Argentina também prometeu divulgar metas de emissões de longo prazo (até 2050) a tempo para a cúpula da COP 26 de Glasgow em novembro de 2021.[7] No entanto, a Argentina falhou em lançar uma estratégia de emissões de longo prazo na reunião da COP 26 e se recusou a se juntar a outros 50 países na promessa de abandonar a energia movida a carvão na próxima década, optando apenas por assinar acordos voluntários para conter o desmatamento e buscar um 30% de redução nas emissões de metano até 2030.[9]

Agências governamentais de energia e outros players principais

Agências nacionais de energia

A Secretaria de Energia argentina, uma subsecretaria do Ministério de Economia, é o órgão do governo encarregado da política energética.

A Energía Argentina SA é a agência de energia estatal responsável pela produção, transporte e comércio de petróleo, gás natural e eletricidade.

Agências licenciadoras

O MAyDS (Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) é a autoridade ambiental argentina responsável por conceder licenças para novos projetos de geração de energia.

Agências regulatórias

O Enargas (Órgão Nacional de Regulamentação do Gás) é o responsável pela regulamentação e controle da transmissão e distribuição de gás natural na Argentina.

O ENRE (Órgão Nacional de Regulamentação de Eletricidade) é a autoridade que regulamenta e administra a geração, transmissão e distribuição de energia elétrica em todo o país.

Empresas concessionárias de energia elétrica

A IEASA (Integración Energética Argentina SA) é a maior concessionária de energia elétrica argentina.

Companhia petrolífera nacional

A YPF (Yacimientos Petrolíferos Fiscales) é a empresa petrolífera estatal argentina e está envolvida na exploração, produção e distribuição de petróleo e gás (convencional e não convencional).

Principais empresas de energia

A Pampa Energía, a AES e o Grupo Albanesi estão entre as maiores empresas privadas de energia que operam na Argentina.

Uso de eletricidade

Capacidade instalada

Em 2020, a capacidade instalada da Argentina totalizou aproximadamente 42 GW (comparado a 37,9 GW em 2019). Os combustíveis fósseis representam 60,46% da capacidade total (24,5 GW), seguidos pela energia hidrelétrica com 27,04%, eólica com 6,25% e solar com 1,81%.[2][3]

Produção

A Argentina gerou cerca de 131 TWh de eletricidade em 2020, 64,65% de combustíveis fósseis (em comparação com 61,75% em 2019), 18,47% de energia hidrelétrica (vs. 27,25% em 2019), 8,13% de energia nuclear (vs. 6,11% em 2019), 7,18% de energia eólica (vs. 3,85% em 2019) e menos de 2% de energia solar e biomassa.[2][3]

Consumo

Argentina consumiu 129 TWh de eletricidade em 2020.[1]

Carvão na Argentina

Produção interna nacional

A Argentina é um produtor de menor importância de carvão e a produção doméstica diminuiu continuamente na última década.[10] A produção na maior mina de carvão do país (Río Turbio Mine) enfrenta dificuldades no cumprimento de metas há anos. Enquanto isso, a mina e a Río Turbio power station adjacente, inativos por tempo indeterminado, sofreram pela má gestão, superfaturamento de custos e alegações de corrupção.[11]

Consumo

A Argentina consumiu 973.000 toneladas métricas de carvão em 2020 (74° lugar no mundo).[10]

Importações

As importações de carvão da Argentina totalizaram 1,2 milhão de toneladas métricas em 2018.[10]

Petróleo e gás natural na Argentina

Produção interna nacional

Evolution of the production of gas by type in Argentina. Source: Instituto Mosconi/Rio Negro

A Argentina se posicionou como a maior produtora de gás natural da América Latina em 2021, com 38,6 bilhões de metros cúbicos de produção.[12] Em 2021, a Argentina foi o quinto maior produtor de petróleo da América Latina (depois do Brasil, México, Colômbia e Venezuela), com produção totalizando 627.000 barris por dia.[12]

Após sofrer quedas ano após ano na produção de petróleo (-5,3%) e gás (-8,6%) em 2020[13], a empresa petrolífera nacional da Argentina, YPF, experimentou um ressurgimento da atividade em 2021[14], amplamente focada nos depósitos não convencionais de Vaca Muerta, onde a produção de petróleo devia crescer até 50% entre 2021 e 2023.[15] O desenvolvimento de petróleo e gás não convencional aumentou rapidamente nesta década desde a descoberta de Vaca Muerta, perfazendo 32,8% da produção de petróleo da Argentina e 47,6% da produção de gás em 2021, o que ajudou a compensar um declínio constante na produção convencional.[14][16]

Consumo

Em 2021, a Argentina consumiu 45,9 bilhões de metros cúbicos de gás natural (perdendo apenas para o México entre as nações da América Latina e Caribe). O país ficou em terceiro lugar regionalmente (atrás de Brasil e México) no consumo total de petróleo em 2021 (598.000 barris por dia).[12]

Reservas

A formação Vaca Muerta, com 3,5 milhões de hectares na Bacia de Neuquén, Argentina, possui alguns dos maiores depósitos não convencionais de xisto e gás do mundo, com recursos tecnicamente recuperáveis de petróleo e gás natural estimados em 16 bilhões de barris (xisto) e 308 trilhões de pés cúbicos (gás).[16] A Bacia de Neuquén foi responsável por 63,53% das reservas comprovadas de gás natural da Argentina e 40,94% das reservas comprovadas de petróleo em 2020.[14] Outros depósitos importantes estão localizados no Golfo de San Jorge (54,38% das reservas comprovadas de petróleo) e na Bacia Austral (24,2% das reservas comprovadas de gás natural).[14]

Importações e exportações

Apesar da produção recorde de gás natural em Vaca Muerta, a Argentina tem lutado para alcançar a autossuficiência energética, em grande parte devido à capacidade insuficiente dos gasodutos.[17] A Argentina continua importando gás natural através de gasoduto da Bolívia, sob um contrato de 20 anos válido até 2026, embora o declínio no fornecimento boliviano tenha resultado em volumes reduzidos na importação.[18][19] Essas importações da Bolívia foram historicamente complementadas por importações intermitentes de GNL através dos terminais Escobar e Bahía Blanca e de GNL regaseificado do Chile.[20]

Em 2018, após uma década de intervalo, a Argentina retomou as exportações de gás natural por gasodutos para o Chile, usando os gasodutos Nor Andino, GasAndes e Pacífico, e iniciou brevemente as exportações de GNL de Tango FLNG Terminal em Bahía Blanca.[16][21][22] Mas a produção interna nacional de Vaca Muerta continua inconsistente, o que aumenta a perspectiva da necessidade de importações crescentes de GNL para atender à demanda doméstica em crescimento nos próximos anos.[20][23][24][25]

Transporte

A rede de gasodutos de gás natural da Argentina é a mais extensa da América Latina e a sexta maior do mundo, se espalhando por mais de 20.000 quilômetros, da fronteira com a Bolívia até a Terra do Fogo.[26] Os principais elementos da rede de abastecimento doméstica incluem os gasodutos Norte, Noreste, Centro Oeste, Neuba I e Neuba II, Cordillerano-Patagónico e San Martín. Eles são complementados por quatro gasodutos internacionais que atravessam os Andes, chegando até o Chile.

Novos projetos propostos

Em 2022, o governo argentino autorizou a Energía Argentina a prosseguir com o desenvolvimento do gasoduto Néstor Kirchner[27], um projeto de 1.025 km e 44 MMm3/d destinado a aliviar os gargalos na transmissão de gás doméstico e criar novos mercados de exportação para os hidrocarbonetos não convencionais de Vaca Muerta. Esforços anteriores para construir um gasoduto de alta capacidade a partir de Vaca Muerta foram adiados devido a considerações financeiras, concorrência com as importações de GNL e com o desenvolvimento de gás brasileiro offshore e, por fim, a falta de comprometimento dos principais participantes.[22][28][29][30][31]

Energia renovável na Argentina

© 2020 The World Bank, Fonte: Global Solar Atlas 2.0, Solar resource data: Solargis.
Argentina expande energia nuclear com ajuda da China

O setor de petróleo e gás da Argentina se beneficia de subsídios do governo, o que gera, para o desenvolvimento de energia renovável, desafios em relação à competição.[32] Tanto o governo nacional quanto os investidores estrangeiros têm favorecido o desenvolvimento contínuo de recursos de combustíveis fósseis ou megaprojetos ambientalmente prejudiciais, ao invés de energias renováveis em menor escala, como eólica e solar.[33] Menos de 10% da energia da Argentina vinha de fontes renováveis em 2020, o que é muito distante da meta nacional de 20% até 2025 estabelecida pela lei de energia renovável da Argentina (Lei 27.191).[34]

As iniciativas atuais de energia renovável na Argentina incluem o projeto de hidrogênio verde movido a energia eólica de US $ 8,4 bilhões da Fortescue Metals no estado de Río Negro[35], e os projetos polêmicos de US$ 5 bilhões e 1310 MW (Condor Cliff e La Barrancosa), os primeiros empreendimentos hidrelétricos de grande escala da Argentina desde a barragem de Yacyretá na década de 1990.[33][36] A partir de 2021, a Argentina vem buscando ativamente investimentos chineses para aprimorar seu setor de energia renovável, apesar de não fazer parte formalmente da Iniciativa do Cinturão e Rota.[37] Em 2022, a Argentina anunciou que a China financiaria totalmente uma usina nuclear no valor de US$ 8,3 bilhões.[38][39]

Lítio

A Argentina é um dos principais produtores mundiais de lítio, um elemento essencial em baterias de veículos elétricos. Em 2019, o país detinha cerca de 11% das reservas globais de lítio.[40]As mineradoras argentinas estão aumentando a produção de lítio para atender à demanda global.[41][42][43] As empresas argentinas de lítio estão buscando regulamentação do mercado para promover a confiança e garantir que um país rico em recursos minerais não tenha "províncias pobres".[44]

Argentine mining companies are enhancing lithium production in order to meet global demand. Argentine lithium businesses are seeking market regulation in order to promote confidence and ensure that a country rich in mineral resources does not have "poor provinces."

Ferro e aço na Argentina

A Argentina é o terceiro maior produtor de ferro e aço da América Latina (depois do Brasil e do México), embora sua indústria siderúrgica continue pequena em relação aos padrões mundiais. A maior usina siderúrgica da Argentina, Ternium Siderar, ainda usa a tecnologia blast furnace/basic oxygen furnace, mais antiga e com maior consumo de energia, enquanto as outras duas grandes siderúrgicas do país (ArcelorMittal Acindar e TenarisSiderca) adotaram mais a tecnologia EAF (electric arc furnace), que tem maior eficiência energética.[45]

Impactos ambientais e sociais da energia na Argentina

Impactos do fracking na área de Vaca Muerta (Fonte: 350.org)

O desenvolvimento dos recursos de hidrocarbonetos não convencionais na Argentina continua a impactar negativamente as comunidades locais, causando o esgotamento do abastecimento de água[46] e a contaminação ambiental por resíduos tóxicos associados ao fracking (fraturamento hidráulico).[47] O Ministério do Meio Ambiente da Argentina documentou inúmeras consequências negativas da mudança climática, incluindo recessão glacial, aumento do nível do mar, precipitações extremas, inundações, diminuição dos fluxos na bacia do rio La Plata, e o potencial para severa escassez de água.[6][9][48]

Outro tópico atual de controvérsia ambiental é o megaprojeto hidrelétrico Condor Cliff-La Barrancosa, financiado pela China, em construção na Patagônia. As barragens têm causado protestos continuados, devido aos seus impactos potenciais sobre a bacia do rio Santa Cruz, a geleira Perito Moreno, as espécies endêmicas ameaçadas de extinção e as comunidades indígenas Mapuche y Tehuelche.[33][34][36]


Referências

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